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Portugal teve a virtude histórica de saber viver sempre virado para o mar e nunca para a Europa e isso salvou-o, muitas vezes, de muitos tormentos. Em 1975, com a independência das colónias e depois de ser admitido na CEE, Portugal começou a "soldar-se" à problemática europeia. Tornar-se um dos principais pontos de fornecimento de gás à Europa vai ser o último pingo de solda que prenderá Portugal para sempre a todos os problemas europeus. Adeus jangada de pedra!
Assaltou-me uma pergunta, quando o Dr. António Costa declarou que vai taxar os lucros das gasolineiras e não os da EDP, produtora de electricidade. E a pergunta é: em Espanha taxam-se os dois produtores de energia e porque será que em Portugal não é assim? Se calhar, é uma chinesice minha!
Afinal, parece, a vontade de Alá não coincidiu com a dos que votaram Salman Rushdie à morte. Já falou e respira sem auxílio de ventilador. Os caminhos de Deus são insondáveis, mesmo quando são ditados por um fanático qualquer.
Procuro notícias na CNN Portugal e verifico que, sempre que ligo para a estação, há mais de 50% do tempo a falar-se dos fogos e, hoje, ontem e antes, do fogo no parque florestal da serra da Estrela. São patéticos os relatos dos enviados especiais. Parece estarem a atingir o clímax da satisfação, tornando horrendo o que já o era sem este tipo de exaltações. Para quando aprender a relatar, deixando as emoções para quem escuta e vê?
Feliz ou infelizmente, no século XIX e durante uma muito larga parte do século XX, não havia no Brasil nenhum organismo onde fosse possível apresentar queixa sobre xenofobia e discriminação, porque, se houvesse, os portugueses estariam à frente da lista, tais eram as barbaridades que deles se diziam e o que eles sofriam com as grosserias que lhes faziam. Às vezes, dá vontade de perguntar: «Custa, não custa?»
O Governo parece estar muito mais preocupado com o problema do deficit, da dívida pública do que com a perda de poder aquisitivo de um classe média cada vez mais incapaz. Será que as famílias portuguesas vão conseguir escapar à inflação que avança com a velocidade do fogo nas florestas?
O que se passou aquando do final do mandato de Trump foi um verdadeiro atentado à democracia e à liberdade, mas descobrir-se que um ex-Presidente sonegou documentos ultra-secretos para ficar com eles ultrapassa tudo o que se podia imaginar. E os Estados Unidos dizem ser o exemplo de democracia!
Já se anuncia, em Madrid, que o gasoduto, que pode sair da Catalunha em direcção a França, não demora mais do que oito a nove meses a construir. Por cá, discute-se o problema do assessor, da paga de favores e nada de lançar mãos à obra da construção do gasoduto de Sines para seguir direito a França. Somos uns Totós e merecemos o que temos, ou seja, estar no cu da Europa quando se olha de Berlim para o Sul.
Morreu o General Almeida Bruno. É o começo da morte, por velhice e velhice com doença, dos mais velhos Capitães de Abril. Foi orgulhosamente spinolísta no antes e no depois do 25 de Abril. Mas foi-o, porque admirava e muito o General Spínola, outro Homem e Militar de coragem. Almeida Bruno foi, de entre bastantes mais, um Herói, porque para o ser é preciso estar no combate, na guerra e no lugar de dar a vida por uma causa. E não é altura para discutir a causa, mas a forma como se comportou na defesa dela. Foi Herói, porque soube arriscar e comandar. Perdemos um HERÓI e um SOLDADO. Estamos mais pobres, os que fizeram a guerra, e todos os outros que dela nada sabem. Paz à sua alma. Abatam-se as bandeiras porque vai a enterrar um Homem.
Mario Fiorentini. Este nome diz-lhe alguma coisa? Pois bem, morreu ontem, em Roma, sua terra natal, com a bonita idade de 103 anos. Podia ficar por aqui, e já era motivo para notícia de jornal, mas vou acrescentar que era professor universitário de Matemática e foi, durante a 2.ª Guerra Mundial, um resistente antifascista. Podia ficar por aqui, mas acrescento mais um pouco. Foi o elemento da resistência antifascista mais condecorado de toda a Itália. Depois da guerra abandonou a política e dedicou-se à Matemática. Assim, é lembrado por todos os italianos como um símbolo, de contrário talvez tivesse arranjado muitos inimigos.
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